A era do novo sindicalismo nos anos ’20 do século XXI

Eça de Queirós criticava a sociedade Portuguesapor causa das aparências, as pompas e as circunstâncias nos finais do século XIX e princípio do século XX e o poeta e escritor transmontano Miguel Torga escrevia no Diário, em 1946 “Em Portugal, as pessoas são imbecis ou por vocação, ou por coacção, ou por devoção”;

“É um fenômeno curioso: o país ergue-se indignado, moureja o dia inteiro indignado, come, bebe e diverte-se indignado, mas não passa disto. Falta-lhe o romantismo cívico da agressão. Somos, socialmente, uma coletividade pacífica de revoltados.” in Diário XIV.

Estamos em 2018 e uma maioria da sociedade Portuguesa mantém as mesmas características, mas existe uma parte desta sociedade adulta actualmente entre os 50 – 60 anos que tínha entre os 1 e os 12 anos quando irrompeu o 25 de abril, uma iniciativa dos Militares Oficiais subalternos .

Nós crescemos na Democracia, pois tínhamos entre os 1 ano e os 12 anos: estudamos na Escola pública democrática, vivenciamos as polítcas democráticas e crescemos com as instituições púiblicas democráticas, no que respeita a um Sistema educativo clássico na Escola pública até ao 12º ano em que as várias faixas etárias tinham acesso ao mesmo através do Ensino Nocturno, assim como o acesso ao Ensino Superior público muito mais acessível economicamente, um Sistema Nacional de Saúde (SNS ) gratuíto, com qualidade e eficaz, assim como um Sistema Judicial mais célere.

E como “As conversas são como as cerejas”, também acontece o mesmo na eswcrita.

Agora sim, vamos ao cerne da questão.

Em 2018 surge um sindicato designado de S.TO.P (Sindicato de Todos os Professores) cujos dirigentes estão na faixa etária que ronda entre os 58 anos e os 40. sindicato este que se insurge contra o amianto na construção das nossas Escolas e que conseguiu que este material nocivo à nossa saúde fosse retirado, assim como se envolveu na luta dos seus pares Professores quando das ultrapassagens com a Portaria n.º 119/2018 e no dia 9 de dezembro fez-nos reflectir que todos nós somos fruto da DEMOCRACIA e que devemos manter a “chama” da luta e jamais sermos “as pessoas imbecis ou por vocação, ou por coacção, ou por devoção” nem sermos ” socialmente, uma coletividade pacífica de revoltados”.

Este novo sindicalismo ausculta, reune com os seus pares a fim que participem nas reuniões on-line que se fazem mais ou menos mensalmente; realizam os encontros em Coimbra, sejam os pares sócios ou não sócios, todos somos considerados Docentes e apesar da contestação com a mudança do nome para Sindicato de Todos os Profissionais da Educação, também envolve osas Assistentes Operacionais, Técnicos Superiores, Psicólogos, Terapeutas e outros colaboradores nas Escolas.

Não vamos emprenhar pelos ouvidos que este sindicato ou seja o que apareça com novas ideias seja denegrido por estar ou não associado ao MAS, que os acusem de fazem greves “selvagens” e que que são radicais, Temos de ver o todo: um país pequeno com parcos recursos económicos, onde a a cultura do mérito é inexistente, em que ainda impera a resistência à prática do exercício da participação de cidadania, tenta -se sempre muito subtilmente denegrir por receio do que é diferente, do que é novidade, por inveja e por mesquinhez.